Após quase 30 anos encarcerado, Márcio Nepomuceno questiona por que ainda é tratado como “Marcinho VP” e expõe a disputa entre estigma, memória e o direito de recomeçar.
“Quando vão parar de me chamar de Marcinho VP?” O desabafo de Márcio Nepomuceno, hoje com 49 anos, rompe três décadas de silêncio e inaugura uma discussão rara no país: o peso de um rótulo que sobrevive à pena, ao tempo e ao próprio homem. Mesmo após quase 30 anos em presídios federais, ele diz ainda ser visto como o personagem que tenta abandonar, e não como a pessoa que afirma ter se tornado.

Preso desde 1996, Márcio viveu mais tempo em isolamento do que em liberdade. Passou por Mossoró, Catanduvas, Porto Velho e hoje cumpre pena em Campo Grande (MS), sob 22 horas de confinamento diário. A rotina, segundo ele, é uma guerra silenciosa: “A cadeia te quebra por dentro. Cada dia é tentar não enlouquecer.” Nesse cenário, o passado se repete como sombra, e o nome, como sentença paralela. Márcio admite os erros que cometeu e diz sentir vergonha da figura que sua alcunha representa. “O ‘Marcinho VP’ é um fantasma que me assombra.” Ele afirma que tenta há anos se distanciar do que chama de sua pior versão, mas que a sociedade continua congelando esse fragmento de sua história, impedindo-o de ser reconhecido pelo nome que escolheu preservar: Márcio.
Foi dentro da cela que encontrou, na palavra, a única forma de liberdade possível. Autor de três livros e membro da Academia Brasileira de Letras do Cárcere, ele usa a literatura como ponte entre isolamento e existência. Com o lançamento de “A Cor da Lei”, que contou com a presença do filho, Oruam, Márcio tenta reafirmar que sua vida não se resume ao rótulo que carrega desde os anos 90.

“Ressocializar não é slogan. É acreditar que seres humanos mudam.” Márcio questiona por que, mesmo após décadas preso, continua sendo condenado ao passado por uma sociedade que não admite a possibilidade de transformação. “Tentam me aprisionar no nome. Eu tento me libertar no homem.” Entre silêncio, livros e futuro, ele reivindica o direito mais básico negado a quem tenta recomeçar: o de ser chamado pelo próprio nome.

Realizado pela Prefeitura de Barbacena e CDL – Barbacena, o evento resgata na edição de 2025 a grandiosidade e o brilho característicos, apresentando mais de 480 mil pontos de luz espalhados pela cidade, entre praças, ruas e edifícios históricos. A decoração inclui cascatas luminosas, túneis de luz, árvores de até 17 metros de altura e o clássico Papai Noel entregando uma árvore de Natal no Jardim Municipal – um verdadeiro cartão-postal natalino.
As instalações contam também com mais de 250 estruturas decorativas e artísticas, que podem ser vistas em pontos emblemáticos, como a Praça do Rosário, que sedia um deslumbrante túnel de luzes, a Rua XV de Novembro, o Jardim Municipal, a Praça do Globo, a Câmara Municipal, a Casa do Papai Noel, que será inaugurada no dia 8 de dezembro em novo local, na Praça do Globo, e os icônicos Arcos do Pontilhão.
Muito além das luzes e da decoração, o Sonho de Natal Barbacena 2025 oferece ao público uma rica programação cultural e artística, com mais de 200 horas de apresentações e interações gratuitas. Espetáculos que se repetem ao longo dos dias, como o envolvente “A Luz do Natal” e o animado “Christmas Show”, ambos do Grupo Ligia Aydar, prometem encantar os visitantes nos palcos Emoção e Encanto, localizados no Jardim Municipal, que se tornam o coração das atividades.












Este ano, o tema “O Natal do Amor” reforça os sentimentos de fé, esperança, união e solidariedade. O Secretário de Cultura e Turismo de Barbacena, Alexandre Braga, destaca a importância do evento para a cidade. “O acendimento das luzes é muito mais do que o início do Natal: é um momento especial, que conecta as pessoas e ilumina a cidade com o espírito natalino. Queremos proporcionar à comunidade e aos visitantes uma experiência que toque o coração de todos”, disse.
Créditos: @daniivalverdee



